Língua e raça da cultura negro-americana


Ebonics vem da união de ebony e phonics (“fonética do ébano”). É o termo coloquial americano para se referir ao sotaque característico dos negros, um dos objetos de estudo do lingüista John McWorther. No meio da tensão racial americana, o dialeto adquire um significado maior. Em 1996, virou polêmica depois que a cidade de Oakland, na Califórnia, decidiu fazer dele o idioma oficial a ser ensinado nas aulas de inglês. Entre os brancos, o ebonics é motivo de gozação e preconceito aberto. Já alguns ativistas negros fazem dele uma bandeira do orgulho. McWorther é mais neutro: considera-o apenas um dialeto de um grupo sócio-cultural, e não vê nada de certo nem errado nisso. Ele admite que, por causa de sua criação, não fala dessa maneira e até tem sido alvo de piadas por falar por falar “muito branco”. Conhecido no Brasil pelas letras de rap, o ebonics suprime verbos, combina algumas palavras e muda a terminação er para ah. Veja:

Are you mad? (“Você tá doido?”) vira Yo mad?;

What’s up? (“E aí?”) vira Wazza?;

She is my sister (“Ela é minha irmã”) vira She my sistah.